sexta-feira, 25 de maio de 2012

MEU ANIVERSÁRIO

NÃO DEVEMOS CONTAR NOSSAS VIDAS PELAS PRIMAVERAS PASSADAS, MAS PELAS EXPERIÊNCIAS VIVIDAS...
Depois de postar alguns poemas satíricos, resolvi filosofar no dia do meu aniversário.
Nunca gostei de comemorações natalícias, até porque "não devemos contar nossas vidas pelas primaveras passadas, mas pelas experiências vividas".
Essa frase soa bem aos meus ouvidos. Mesmo que eu não tenha nascido na primavera, privilégio da minha filha, essa etapa do tempo equivale no hemisfério sul ao outono, período em que nasci. Flores no norte, frutos no sul e assim, eu me divido em minhas experiências, metaforicamente falando, entre aromas e sabores.
Se eu fosse comemorar as inúmeras experiências que tive algumas amargas quando provei, outras doces como senti, já passariam de cem. Isso é que é gratificante, o de tirar proveito desses momentos de um jeito bem intenso, poético e de olhos abertos.
Por isso, não adiante ficar celebrando apenas etapas da vida, mas viver os instantes como se eles fossem eternos tantos bons ou maus.  

terça-feira, 15 de maio de 2012

NOSSO HINO

Ouviram nas margens de um rio,
muito tempo atrás um grito,
abafado, sofrido,
alienado...
Mas nele havia esperança
na herança
desse povo enganado!!!
Igualdade nessa Terra?
Nunca se conseguiu com braço forte.
Essa ilusão que é fabricada
em nome dos nobres
que ludibriam os pobres
nas telas, nos ritmos, em tudo o que está escrito,
fundido, costurado, comido...
Nessa Terra de tantas palmeiras,
o sabiá se foi e o poeta se calou...
As aves que aqui gorjeavam,
não cantam mais,
somente as que vêm de lá.
Oh... paraíso almejado que não aprendemos a amar.
Solta o grito Terra amada
entre outras tantas mil,
perdoa todos os seus filhos , querida mãe gentil!
Como reflete a história
de um gigante que adoece
nas matas, no urro da onça,
no corpo que apodrece,
no pensar que não escreve,
não se ergue na justiça,
na lama que é a política...
E agora o filho foge da luta,
que teme e não adora
essa Terra sem risos,
de poucas flores,
Já sem bosques
e sem amores.
Terra amada,
Tu és uma farsa
na imagem universal.
Tua criação
surgiu na imaginação
de uma louca de Portugal.
Esse povo
que só buscava tesouro
num futuro que se perdeu no passado,
nesse berço está deitado,
na busca de um milagre
nas ideias que se perdem
na hipocrisia,
na demagogia
que alimentam a alma
desse povo alienado.