quinta-feira, 25 de outubro de 2012

EU QUERO SER...

Eu não quero ser sem escudo
Aquele que fica em cima do muro
Preso
Ao medo...
Quero que minhas palavras ecoem no infinito
Como um eterno grito
Que não guarde segredo.
Eu quero domar o tempo
Tal pó ao vento
Cruzando esquinas.
Quero ser luz nas trevas
Sem regras
No presente, no futuro
Numa geração eterna.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

EU SOU O QUE SOU...

Eu sou
O que seja absoluto
Quando eu me aceite
Como sou...
Mesmo no escuro.
Eu sou o corpo
Que guarda a alma
Que fala, que grita
Contra as injustiças,
Os medos do mundo...
Eu sou o meu céu,
Eu sou a minha terra,
No confronto entre a paz e a guerra...

Eu sou o que sou
Quando amanheço
Ou quando anoiteço
Eu sou o que sou.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

OS HERÓIS VENCIDOS

Como professor que sou há mais de vinte anos, eu não podia deixar passar em branco a comemoração dessa data tão significativa sem que escrevesse algo.
Certa vez, uma jovem educadora me disse que seu mestre lhe fizera a seguinte observação sobre a missão do professor : " somos os heróis vencidos ".
Por que somos os heróis vencidos? Fiquei pensando sobre essa indagação, assim como muitos ficarão e sobre ela é que eu decidi escrever esse texto.
Todas as criaturas de um modo geral sabem e são cientes da importância do professor. Além do mais, reconhecem o seu valor. Isso acontece com veemência nas sociedades, em que não existem desigualdades. No entanto, nos países onde essa desigualdade é gritante, o descaso com o mestre educador acontece já que ele se torna inoportuno para os interesses de poder e de ganância das elites.
É triste saber que nós, os verdadeiros formadores de opinião, não sabemos usar as nossas armas contra a corrupção e a alienação. Deveras, somos vencidos pela falta de valorização salarial e pela indiferença com que tratam a nossa experiência profissional, como a indiferença com  a dedicação de horas e mais horas de trabalho, dos nossos finais de semana sacrificados pelas incessantes correções e elaborações de atividades.
Por isso, queridos mestres e companheiros, lutemos com o que temos de mais valioso em nossas vidas a SABEDORIA para que  juntos possamos vencer essa batalha contra a injustiça social , e só assim contribuiremos para a construção de um mundo mais digno e justo para todos.

QUERIDO PROFESSOR

Um grande mestre
Certa vez me falou
Do que é ser professor:
Para quantos alunos
Você já abriu caminhos?
Essa é a ideia
De um apólogo!
Você já foi agulha?
Quantas vezes?
Sabemos que muitas
Linhas ordinárias
Já passaram na sua caminhada...
Nela
Algumas , muitas até, brilham
E mudam esse mundo
Que você ajudou a construir
Tornando verdade
Para a sociedade
Cada ensinamento
Da sua sabedoria
Que se espalha
No nosso dia a dia.
Acredite,
Querido professor, que você é o combustível para que esse mundo ainda funcione.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

CREPUSCULISMO

Sozinho em cima do muro
Qual um gato no cio,
Sem ideologia,
Sem atitude
Para se tomar,
Sem ter quem me compreenda,
Fujo de mim,
Já não tenho pressa,
Penso até em desistir...
Por que não tenho mais no que pensar?
O presente se faz futuro,
Ainda vivo em cima do muro,
Feito bicho a sonhar...
A manhã se faz tarde,
Esqueço que algum dia,
Na verdade,
Aprendi a amar.

CASTELO EM RUÍNAS


Hoje, depois de ler um bom livro nesse feriado, algo me fez  lembrar de um fato do passado... Busquei uma inspiração e fiz esse desenho que deveras representa as lembranças de minha mente e daquilo que ficou em mim: " um castelo em ruínas, mesmo sem sua opulência, ainda deixa o ar de soberania nas memórias do que foi". 

CONTRATEMPO

De tanto pensar
me sinto um louco,
torto,
sem causa,
só um pouco
passo na vida a sonhar...
Tudo o quanto eu finjo
escorre nas mãos
feito um rio
que desce
as encostas rumo ao mar...
Venço os medos
sem segredos
no meu desvario.
Se me indago meio perdido,
respondo não sei por que...
No contratempo do espanto
nessa vida, sonho já tive tanto,
que não consigo entender.
A hora
que me apavora
revela a ilusão
que se esconde  em minh'alma
e engana o meu coração.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

"UM NÃO EXPRESSIVO"

Ontem mais uma vez em minha vida, fui levado de forma arbitrária a fazer algo que não faço por força da minha vontade, mas preciso exercer a minha cidadania.
Dizem que o dia de eleição é um momento cidadão. Pergunta-se o que é um exercício de cidadania num país da hipocrisia, da demagogia e da corrupção?
Muito se fala sobre a questão já bem velhinha, antiquada e obsoleta de que "o Brasil é o país do futuro". Fico a pensar nesse jargão político que deve ter surgido nas palavras de Cabral quando este descobriu o nosso território. É provável que surgirão novos planetas, novas galáxias e a nossa nação continuará sendo a terra do futuro por anos e anos sem fim.
Sobretudo, precisamos escolher alguém para cuidar das nossas cidades, da saúde do povo, da educação dos jovens e da segurança de todos. Nisso tudo, o que nos causa indignação é saber que essa prática  nunca acontece , já que a nossa população não tem atendimento médico, pois os hospitais são precários;  as escolas são pouco equipadas e não asseguram aos nossos filhos uma educação de qualidade , e nossas casas parecem mais quartéis generais, rodeadas de arames farpados, cercas elétricas e cães ferozes.
E não adianta justificar que estamos em tempos de "ficha limpa", se os políticos que continuam no comando são os mesmos, burlam as leis e exercem as mesmas e ultrapassadas práticas de indicar o voto pelo sobrenome , visto que permanecem no poder por meio dos herdeiros políticos, filhos e afilhados.
Afinal, não sou obrigado a escolher o que não há escolha. Não vejo opção para o meu voto. Sei muito bem diferenciar "um  excremento de um cocô", por isso exerço o meu ato de cidadania "não num voto de protesto", mas num "NÃO" bem expressivo.


quinta-feira, 4 de outubro de 2012

LEMBRANÇAS DA MINHA TERRA

Desliza da serra um fio de água
saltando no rio numa pequena cascata...
O pequeno rio curva-se
diante da beleza selvática
da vegetação seca do meu sertão
que acorda na manhã ensolarada.

A serra é bela como a figura de uma princesa
que dorme deitada na relva...
Uma ema atravessa a correnteza
ziguezagueando os rochedos
e o sabiá com sua sinfonia
acolhe o novo dia.

A brisa da manhã ainda morna
abraça a minha terra, a minha gente
que também acorda,
acolhendo toda a realeza
que impera nesse panorama...

Estou distante,
mas as lembranças estão firmes
em minha mente
desse pedaço de mundo
que também é meu.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

POEMA FECHADO

As tristezas do meu coração
não cabem num só poema,
como não cabem
as mágoas do homem injustiçado
na sua vida de exploração...
Ainda não cabe num só poema
a criança abandonada
que pede esmola no calçadão...
Também não cabe no meu poema
o sofrimento do negro e do velho
que são vítimas da discriminação...
Além disso, não cabem no meu poema
as falcatruas e maracutaias dos políticos
que causam a corrupção...
Porque, caros leitores,
o meu poema está lotado
de amor, de justiça, de verdade
de tudo que provoca
emoção e...
felicidade .