Enquanto estou no recesso das escolas, decidi fazer um trabalho literário. A pedido de um amigo, comecei uma adaptação da poética prosa de José de Alencar. Estou no
décimo segundo capítulo e ansioso para terminá-lo. Para quem já leu Iracema, eis o primeiro capítulo da adaptação:
1
Verdes
mares de minha terra natal, onde canta a jandaia no alto da carnaúba;
Verdes
mares que banham as alvas praias que ficam à sombra dos coqueirais.
Verdes
mares onde vai aventurar-se a jangada, que deixa rápida a costa cearense... Com
um jovem guerreiro cuja tez branca não cora o sangue americano; uma criança e
um cão que viram a luz no berço das florestas, e brincam irmãos, filhos ambos
da mesma terra selvagem.
A
ventania intermitente traz da praia um eco vibrante, que ressoa entre o marulho
das ondas:
—
Iracema!...
Nesse
momento o lábio arranca d’alma um amargo sorriso.
Deixara
ele na terra do exílio uma história que me contaram nas lindas várzeas onde
nasci, à calada da noite, quando a Lua passeava no céu e cobria de prata os
campos...
Assim
refresca o vento.
O
barco salta sobre as ondas e desaparece no horizonte...
Deus
te leve a salvo, soberbo e altivo barco.
Soprem
para ti os brandos ventos...
Enquanto
remar à discrição dessa brisa, gracioso barco, devolva às brancas areias a saudade, que te
acompanha...
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